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CAINÃ, a série de animação, estreia na TV Kirimuré

Publicado: 10/05/2023-13:23

100% Made in Bahia, produzida na técnica de modelagem computacional em 3D, realizada pela produtora Imagine Studios, o projeto Cainã, foi selecionado no Edital nº 005/2017 – Arte na TV Ano II da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, em parceria com a Ancine, através da Chamada Pública de Arranjos Financeiros Estaduais e Regionais do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA, com recursos administrados pelo BRDE.

A estreia da série Cainã, com oito episódios de 3 minutos, será na TV Kirimurê, TV aberta, canal 10.3, que cada vez mais abriga a novíssima produção da Bahia; a emissora que é o único canal da cidadania de Salvador, através de sua diretora executiva Dina Lopes, comemora a estreia com entusiasmo: “Para o nosso canal pioneiro, oferecer às crianças essa boa opção de série de caráter lúdico, ecológico e paracientífico é uma conquista; abrilhanta nossa missão de exibir conteúdos socialmente importantes”

A série com produção executiva de Gorette Randam e direção de produção de Rosangela Patrocínio, terá sua estreia no dia 28 de maio – domingo – às 12hs, e a cada domingo, no mesmo horário, um novo episódio da série.

O projeto que nasce de personagens desenhados pelo animador e ilustrador Daniel Vasques, teve desenvolvimento de conceito, argumento, roteiro, storyboards e direção assinada pelo cineasta e artista Plástico José Araripe Jr. (Esses Moços, Rádio Gogó, Mr. Abrakadrabra!).

Temática e narrativa

O Cainã que dá título à série é uma criança indígena brasileira que vive aventuras nas florestas tropicais ao lado de seu avô, o Xamã da aldeia. O pequeno aprendiz de Pajé se envolve em muitas aventuras de aprendizagens e traquinagens no enfrentamento de animais e dos fenômenos da natureza. Cainã que deseja ser apenas um caçador, ao tempo que aprende pajelança, também ensina ao avô a arte de observar a natureza com curiosidade e coragem.

Daniel Vasques diretor de arte e animador chefe do projeto, que também é um educador diletante de disciplinas ecológicas, nesta série faz uma homenagem ao filho que tem o mesmo nome do personagem:

“A natureza é a principal mestra dos desenhos animados: a flora e a fauna nos ensina muito, inclusive ser um pai coruja,” brinca, ao tempo que enfatiza um dos objetivos da série: “A Bahia tem muitos talentos nessa área, e nosso estúdio quer mostrar que a união destas forças pode nos fazer competitivos globalmente”.

Produção e finalização

O processo de realização envolveu o uso de técnicas tradicionais analógicas na criação e preparação dos personagens, cenários, objetos, storyboards e animatics, assim como a participação do ator Ronei Silva e da trilha musical de Luciano Silva, isso tudo na combinação dos processos de linha de produção de desenhos animados tradicionais, somado ao uso de computadores e softwares de modelagem, pintura, composição e edição.

Edson Souza, um dos animadores mais envolvidos na série – que participou de diversas etapas, inclusive na composição das camadas finais de cenários e efeitos especiais, resume assim a jornada da produção: “Aos poucos os rascunhos vão ganhando artefinal e cores, os personagens vão ganhando vida, e o universo é logo habitado por seres gestados em arte pura por imagens artificiais, e está pronto para parecer real e envolver o espectador”

A diretora de produção Rosangela Patrocínio, estreando no audiovisual independente, foi a artífice da montagem da equipe: “Sob as condições de baixo orçamento, mas com muita vontade de realizar, unimos profissionais iniciantes e jovens aos mais experientes, para encontrar o melhor modelo de realização, e o resultado está aí”.

Musicalidade e atmosfera

Eduardo Ayrosa, o mais ativo desenhista de som do audiovisual da Bahia, além da mixagem e produção da trilha é responsável por ruídos e efeitos que nos transporta ao universo envolvente da série: “Buscamos a melhor aplicação do som dolby 5.1 para fazer o espectador se sentir dentro da mata, e sentir as emoções que os personagens vivenciam; da sensação de tranquilidade ao medo ou a euforia, e para isso usamos sons ambientes naturais, ou sons produzidos especialmente: analógicos ou digitais, mixados na dose certa à bela trilha musical”

Desafios da linguagem

O roteirista e diretor José Araripe Jr, o Arara, mais conhecido como um criador e realizador de filmes de ficção living action, é um artista plástico de formação, que sempre se dedicou a ilustração, grafismos, cinema experimental e animação para publicidade; nos últimos anos após cursar pós graduação de cinema de animação na PUC/RJ vem ampliando sua incursão no segmento. Em 2015 teve seu primeiro curta de animação 3D: E.T.ílico, exibido no Anima Mundi e no Panorama Coisa de Cinema:

“Criar e dirigir animações é uma extensão das possibilidades da minha principal missão e vocação: a contação de histórias, e Cainã foi uma oportunidade especial e um grande passo para um caminho paralelo em minha carreira, um afluente em que estou apenas começando a navegar; decerto que também almejo o desafio da travessia de um longa de animação”.

Novas produções

Daniel, Araripe e a mesma equipe já estão produzindo outra série, desta feita algo de duração maior: As aventuras de Pé & Cabeça – 8 episódios de 7 minutos – para crianças na faixa de 10 a 12 anos, com estreia prevista para o primeiro semestre de 2023.

“O desafio será transpor, com agilidade e com empatia jovial, o universo da educação tecnológica digital, situando-o no contexto contemporâneo e urbano. A narrativa é sobre a rotina do dia a dia escolar de uma turminha muito inteligente e esperta, que liderados por dois irmãos em seu laboratório secreto, criam inventos mirabolantes para ilustrar as tarefas escolares”, nos conta a produtora executiva de ambos, a experiente Gorette Randam, também estreante em animação.

Fronteiras tecnológicas

Daniel Vasques, jovem, mas veterano animador com passagens em alguns produções importantes da Liberato Produções e da Finisher ( Rito de passagem e Turma do Pula Pula ) é um estudioso das novas fronteiras tecnológicas e já desenvolve um leque de possibilidade para seus personagens: “Queremos levar as nossas aventuras para as variantes de entretenimento do multiverso, da

realidade virtual, imersões 3D e realidade aumentada e mais uma cauda longa de possibilidades transmídias, para a criançada usufruir ao máximo de intimidade com os personagens e narrativas”.

Maratona de aprendiz

Na linha de produção do dia a dia que consumiu dois anos de labuta diária, houve lugar para troca e aprendizado entre todos, inclusive do estudante de design Alan Porfírio, que atuou na modelagem de objetos e cenários, e observou com perspicácia: “Construímos um universo muito realista só nosso, e por vezes parecia que os bastidores do estúdio faziam parte, e nos víamos ali inseridos lado a lado com os personagens, integrados à paisagem virtual”.

Despertar científico

Cainã também pode ser considerada uma série dedicada ao despertar do pensamento científico: diante dos saberes ancestrais da cultura mitológica que seu avô Xamã prática, ele o menino inquieto, surpreende o mestre com sua curiosidade, ao deduzir a origem de fenômenos naturais como a chuva, o vento, o arco-íris. Isto tudo é possível ver, sentir e guardar da experiência de som, luz e cor que a série oferece para as crianças.

Luciano Silva, músico premiado de larga estrada, autor da trilha, comenta sobre a criação: “o conteúdo da narrativa – as histórias onde muitas coisas acontecem de forma veloz – mais a estética geral da floresta, inovadora na paleta de cores – tudo junto onde as aventuras fluem na compactação do tempo, foi excelente mote para compor uma trilha que unisse música ancestral indígena, com música cinematográfica de inspiração clássica”

Atuação e personagens

Quem assistir a série, vai achar que o ator menino que dubla Cainã, é muito talentoso, mas trata-se de um adulto: Ronei Silva ator de 38 anos, que dedica a vida com paixão à criação de vozes de muitos timbres e perfis. Selecionado após etapas de testes com dezenas de colegas, Roney foi o vencedor e, hoje ao ver o trabalho materializado, didaticamente descreve a emoção:

“Vejo que a pesquisa e a aplicação de minhas técnicas de observar e estudar características de pessoas, me permitiu alcançar aquele corpo novo e fazer do personagem desenhado, algo que soe crível e humano; ver isso acontecer é muita satisfação profissional”. Roney também é o ator que empresta a voz para o ancião vovô Xamã, o que confirma sua versatilidade.

Incentivo e produtividade

O Gerente de Promoção Cultural da Fundação Gregório de Matos, da Prefeitura Municipal de Salvador, Felipe Dias Rêgo, enfatiza o alcance da inciativa: “O poder de diversidade e a capacidade inclusiva de uma obra de arte quando alcança este público alvo: família e criança; nos proporciona uma sensação muito grande de dever cumprido.”

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