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Patrimônio é… homenageia Casa do Benin em seus 35 anos de aniversário

Publicado: 04/08/2023-15:39

Em comemoração ao aniversário de um dos principais espaços culturais do centro histórico, a Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), discute na edição de agosto do projeto Patrimônio é… os 35 anos da Casa do Benin. A roda de conversa acontece na próxima terça-feira (08), às 17h, na sede do patrimônio homenageado. O canal da FGM no Youtube também transmite o evento ao vivo e com tradução em libras.

O marco de suas três décadas e meia de existência e resistência simboliza um espaço construído para a valorização das culturas afrodiaspóricas no coração de Salvador. Para abordar tamanha importância foram convidados a fotógrafa e editora Arlete Soares, a antropóloga e curadora fotográfica Goli Guerreiro, e o arquiteto e urbanista beninense Abiolá Akandé Yayi. A mediação é guiada pela jornalista Val Benvindo.

Como atração artística, o escritor e performer Nelson Maca apresenta o recital ‘Thank You Exu’. A performance reúne parte dos poemas dos originais do livro homônimo do autor, escritos entre outubro e dezembro de 2022, quando o poeta participou da residência artística para escritores no Instituto Sacatar, na Ilha de Itaparica.

Localizada em um sobrado centenário reformado em meados dos anos 1980 por Lina Bo Bardi e abrigando acervo de obras coletadas por Pierre Verger em expedições à Costa do Benin, a Casa do Benin se ergue imponente na encruzilhada que une Pelourinho, Santo Antônio, Comércio e Baixa do Sapateiros.

Em 2014, a Casa do Benin foi reaberta após nova reforma. Sua estrutura contempla o Espaço Museal Pierre Verger, onde estão expostas as peças do acervo permanente com obras beninenses; a Sala de Exposição Lina Bo Bardi, que recebe mostras temporárias; o Auditório Gilberto Gil, local de realização de eventos e oficinas de pequeno porte voltados para a comunidade, e o Espaço Gourmet Jeje Nagô, cuja arquitetura é inspirada no estilo de restaurantes antigos das comunidades rurais beninenses.

Hoje, o espaço realiza, promove, divulga e apoia, através das exposições, os artistas baianos que têm como inspiração a arte de matriz africana. Rodas de conversa, oficinas, visitas orientadas, saraus, apresentações musicais, eventos gastronômicos, desfiles de moda afro e uma feira de livros e outros produtos de empreendedores negros integram a intensa programação da  Casa do Benin.

O Patrimônio é… faz parte do programa Salvador Memória Viva da FGM, que traz encontros mensais para tratar de temas concernentes aos patrimônios culturais de Salvador. O objetivo, para além da promoção da educação patrimonial, é a instrumentalização das políticas públicas do município que valorizem a memória histórica da cidade.

Exposição Lapso Temporal – Casa do Benin 35 anos: Desde 01 de agosto, Arlete Soares também assina a exposição fotográfica que está em cartaz no espaço cultural. O projeto tem por objetivos (re)etabelecer conexões perdidas e clamar por novas pontes e fluxos. As imagens que compõem a exposição constituem um documento único do compartilhamento de experiências vivenciadas nos dois lados do Atlântico sul por baianos e beninenses. A entrada é gratuita.

Confira detalhes sobre os participantes:
Arlete Soares – fotógrafa e editora, é filha da Bahia, de Iemanjá e da Contracultura. Seu acervo analógico e digital desvela mundos culturais e reúne registros feitos em toda a Bahia e ao redor do mundo em inúmeras viagens e vivências ao longo de mais de cinco décadas.
Nos anos 1970, viajou da França ao Nepal a bordo de uma Kombi durante quase 2 anos, registrando o percurso em imagens. Em 1979, fundou a Editora Corrupio para publicar a obra de Pierre Verger e foi responsável por trazer os negativos de etnofotógrafo para o Brasil.

Como diretora da FGM articulou o projeto Benin-Bahia, entre os anos de 1986 a 1988, que resultou na criação da Casa do Benin, espaço de valorização das relações culturais afro-brasileiras. Arlete é autora de um romance “Sobre Helen” (2022) e de seis livros de fotografia. Realizou diversas exposições e tem obras em importantes acervos.

Com o fechamento da Editora em 2020, a casa na Barra passou a abrigar exclusivamente o Acervo Arlete Soares (AAS), que reúne 70 mil slides e negativos. AAS é uma pequena galeria de arte com biblioteca e uma área externa batizada de Pátio Corrupio. O espaço tem recebido exposições, ocupações, projeções de filmes, lançamentos de livros e encontros festivos, onde artistas de várias gerações e campos da arte se encontram.

Goli Guerreiro – baiana de Salvador, antropóloga e curadora de fotografia. Pesquisadora independente da diáspora africana, se debruça sobre repertórios estéticos do mundo atlântico. Tem 6 livros publicados, entre eles “A Trama dos Tambores” sobre os blocos afro e a invenção do samba-reggae e “Terceira diáspora” sobre trocas culturais pós internet. É idealizadora do Estúdio África e responsável pelo Acervo Arlete Soares.

Abiolá Akandé Yayi – Nascido em 1988 na República do Benim (África), da família Yayi, da linhagem Ifàá de Ṣábẹ̀ẹ́ẹ̀ ẹ́. Mudou-se há mais de uma década para o Brasil para estudar arquitetura e urbanismo na UFU onde se formou em 2016. Hoje é empresário, palestrante, escritor, arquiteto e urbanista e Mentor de negócios e relacionamentos e também mantém um perfil Instagram pessoal em que compartilha informações e análises sobre os saberes ancestrais africanos.

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