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Terreiros da Memória: podcast reconta histórias antigas do candomblé baiano

Publicado: 26/04/2022-13:47

O podcast Terreiros da Memória, que reconta histórias do candomblé baiano e de alguns locais de cultos afro-brasileiros que foram extintos ou invisibilizados, será lançado dia 29 de abril pelo selo Irmandade Abre Caminhos, produtora formada por jovens candomblecistas baianos. O podcast estará disponível para os ouvintes na plataforma de streaming Spotify e no canal do YouTube da Abre Caminhos.

Esse projeto foi contemplado pelo Prêmio Riachão – Projetos de Pequeno Porte, da Prefeitura Municipal de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, destinado pelo governo federal por meio da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

A produção conta com seis episódios. O primeiro contextualiza os ouvintes sobre a ideia de trazer as histórias desses locais e a importância da tradição oral. Os outros cinco episódios são, respectivamente, sobre o candomblé ijexá Terreiro Língua de Vaca de Júlia Bugan, hoje espaço tomado pelo atual Departamento de Polícia Técnica (DPT); Terreiro de Pai Procópio de Ogunjá; o culto de Babá Egunokô que se situava na atual avenida Bonocô; o Terreiro de Luís da Muriçoca e o Terreiro de nação Angola Tumba do Mar, que existia na periferia de Alagados, localizada na Cidade Baixa.

O conteúdo faz parte de uma pesquisa em processo que já vem sendo desenvolvida pela Irmandade Abre Caminhos desde o primeiro trabalho lançado, “Egbé Alaketu: redes ancestrais, forças atuais”, documentário que conta com os depoimentos de lideranças religiosas de quatro terreiros tradicionais da nação Ketu de Salvador como Ekede Sinha da Casa Branca e Egbomi Márcia Paim do Ilê Axé Maroketu. No trabalho mais recente, o grupo seguiu algumas vozes como a de Nancy de Souza, mais conhecida como Vovó Cici de Oxalá, contadora de histórias e egbomi do Ilê Axé Opô Aganju, que narra as memórias de alguns dos locais pesquisados.  Sobre o projeto, o co-idealizador e roteirista, Lucas Brasil, diz que “a escolha do formato em podcast não é só um mero detalhe, mas traz uma reflexão sobre o ato de oralizar e da potência da voz como veículo de memória permeada de axé, a força vital que, para nós do candomblé, tem o poder de fazer as coisas acontecerem. Nós, da Irmandade, estamos interessadas nisso. Em pensar como utilizar tecnologias da informação  nesse mundo cada vez mais virtual que vivemos em relação com as tecnologias ancestrais que aprendemos com as religiões de matriz africana”.  

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